António Simões é o sénior designer da marca portuguesa Dielmar e estudou no CIVEC. Antecipando a apresentação da colecção Verão 2014 neste fim de semana, o Gentleman’s Journal quis saber quais seriam as peças fundamentais para este inverno e as inspirações futuras da Dielmar. Esta marca lusa foi fundada nos anos 60 por um grupo de 4 alfaiates e mostra ainda hoje a sua qualidade na manufactura e confecção exigente.
1 – O que é um homem elegante?
Um homem é elegante quando tem um comportamento elegante. A elegância como conceito não se prende somente com a forma como nós nos vestimos. Isso é a forma como nos apresentamos. Elegância é um misto entre a forma como nos apresentamos e a forma como nos comportamos.
2 – Quais são os seus role models para a elegância masculina?
Apesar de no meu trabalho não usar referências muito concretas a este ou aquele personagem, pessoalmente gosto de um tipo de homem mais “cool”, suficientemente despreocupado e relaxado para se apresentar sempre impecável em cada situação. Exemplo máximo desse universo de homem é Steve Mcqueen “The King of Cool”. Outros exemplos interessantes são Johny Depp ou Daniel Day Lewis.
2- Quais são as peças imprescindíveis no guarda roupa masculino para o Inverno de 2013?
Sem dúvida, os casacos assertoados (double breast) em algodão lavado em diferentes construções, desestruturados e sem forro são um “must have” para esta e para as próximas estações. As calças slimfit em algodão, em cores quentes e com dobras de 5cm, as botas de cano curto e de inspiração neoclássica e as malhas de jogos grossos com motivos nórdicos.
3- A colecção de Verão de 2014 vai ser apresentada este fim de semana, quais foram as inspirações?
No Centenário do Canal do Panamá viajamos rumo à América Central em busca de referências culturais, de ritos e de elementos estéticos característicos de um viajante global que cruza oceanos e atravessa continentes .Florestas tropicais, climas instáveis e as ruas coloridas de uma cidade muito cosmopolita são o pano de fundo para uma coleção elegante, estruturada e pensada para um homem moderno mas de instinto naturalista.
A paleta de cores começa de forma subtil com tons claros, crus e genuínos que exalam as cores naturais dos tecidos, mergulhando em azuis profundos animados por salpicos de safira e cerâmica.
Os tecidos são de composições inéditas e muito sofisticadas onde as fibras naturais se misturam num ritmo de grande novidade: linhos que se cruzam com algodão e seda, o canhâmo que se envolve com a lã ou as versões de jerseys em puro linho constroem telas e estruturas inovadoras que nos remetem para as técnicas de cestaria mais artesanal e que contrastam com superfícies e desenhos de tradição mais sartorial.